11 de mar. de 2017

-Parte 10-
viajei e tu foi no meu coração
na volta perdi meu mais querido de então
e te vi no dia seguinte
ah aquele abraço...

os caminhos retomaram a falta de sintonia
vinham cds pelos correios de vez em quando havia

moraste fora, eu, dentro. para os estados de rios
o calor e o frio
extremos, às vezes no mesmo local.

não sem antes mudar de nome, de mente, de estado civil, mantendo o coração
teu

... petelecos no adoçante, o limpador do para-brisa da parati que rangia, camiseta do dia D, o relógio de estetoscópio, camiseta da mulher maravilha que me deu... e tudo o que vivi antes, durante e depois.
tudo relacionado a ti. sempre.

inclusive o tanto que chorei e fui triste.
nunca pensei que aquilo fosse possível.
nunca me esqueço da dor física da saudade.
do não.

e hoje me reconheci para ti, tu sabes, porque eu te falei
é isso. fim. do passado.
pazes.
-Parte 9-
e então eu enlouqueci
completamente
se eu me recordar certo que esquecerei de muitas partes
porque nao me recordo
estava fora de mim
completamente

mas feri como o fogo
que torna tudo cinzas

salguei todo o terreno naquele 21 de abril

fostes às ilhas aquecer
e eu congelei meu coração
não sem ter chorado rios

antes, gravastes teu show
bravo, mandou teu recado
que eu até agora não entendi qual foi
-Parte 8-
ano novo
eu no rio
tu em ny
muito juntos
gorilão

na volta já veio a ideia de se unir ainda mais
purim

mas em 21 de abril eu fui embora pela porta
e você deixou
porque já era isso o que queria
anyway



-Parte 7-
houve poucos nãos
mas dei e errei
à biblioteca e ao presidente
neguei com base no futuro que achei que teríamos
mas que não tivemos
e eu fiquei


mas foram tantos sins.

os azulejos brancos e quentes
e o box
sabonete de jasmim
além do edson celulari
o violão sem casco
café da manhã de novela

dadí... que eu nem lembro mais o que é
mas essa palavra ressoou

...só agora
-Parte 6-
e teve o carnaval, a única viagem junto
provei azeite trufado
pedi de presente de aniversário, mas não chegamos lá

recordo do passeio pelo jardim, pelas ruas de terra, do silêncio, da tua roupa de esportista
e de te ouvir cantando sobre a dor não ter mais razão

ali também senti o preconceito pela primeira vez
por sermos diferentes
vindo dos outros
foi a ponta do grande gelo que havia e eu nao sabia
mas já imaginava

tive também a primeira visao mais real do que só eu via
mas nao sabia também
e nem imaginava o que viria
-Parte 5-
teve uma noite em que tu fez um discurso belíssimo ao teu avô
nunca havia sentido orgulho de nada
senti ali
de ti
"por que se vive? para dar lugar aos outros"
e quase não chegamos lá na hora
de tanto namorar, atrasamos
-Parte 4-
não lembro a ordem dos dias mas lembro do fim
inclusive do local em que fomos conversar depois do fim
lembro da tua irredutível postura de distanciamento
e da minha dor tamanha
foi lá que eu perguntava e você não me respondia
como até hoje não me respondeu
o que houve?
e é isso o que vivo há 10 anos.
-Parte 3-
e eu vivi, tendo-te como meu primeiro amor, meu sweetheart, meu indiana jones
namorei, viajei, amei(zinho)
e ia aos teus shows. sempre. com todos ou ninguém.
ia.

tomei coragem e te escrevi um email
e entao passamos a ter uma "amizade" virtual

e podia ter acabado por aí
so que daí que começou

até o show do teu preferido, 26/10/2006, sobrou convite da nossa pessoa em comum e plim
na 5a feira fomos os dois e eu desacreditava 
vivia o sonho
acordada
mas como?

agora, depois de 10 anos, gravaste com o teu querido
que marcou minha vida
que mudou minha vida

lembro vagamente do show, mas lembro de estar sentada ao teu lado, na penumbra
não acreditava, realmente.
estava nas nuvens

sei que teve bauru, café, italiano, japonês, hamburguer, nao sei a ordem dos dias, mas eramos dois carros
havia uma ânsia de liberdade forçada
uma pena
se fosse um só, teria mais lembranças
para mim o ceú teria mais uma lua
-Parte 2-
daí passei a te ver menos, pouco. mas lembro.
tivemos uma foto de um desses raros
te dei o retrato
colorido

depois foi só eu te vendo de longe e sabendo de ti
ouvindo teus cds e tentando decifrar-te pelas letras e melodias (que eu só fui saber o que era depois de muito tempo)
aprendi e estudei você
-Parte 1-

eu tinha 11, tu 21. nunca te vi com ninguém, mas sabia que havia.
a primeira lembrança tua que tenho foi na casa em que nasci, 202.
tu usava um cachecol de uma cor bem linda, um azul esverdeado, cor que rimava com os teus olhos, mas era mais forte.
teus cabelos eram arrepiados e os óculos. ah os óculos.
e acho que vestia jeans, provável que a semi-bag dos anos 90.

lembro de um carro todo bagunçado dentro.

e daí de ti na casa de praia querida. lembro da tua voz apenas.
que eu ouvia pela porta do quarto do irmão, ao lado do meu
e que me fazia dormir sonhando contigo.

teus trocadilhos que eu ouvia e adormecia.
mesmo agora com outro nome, como nossos nomes continuam combinando!
e tanto...
amor de vidas. e mortes.
das vidas.
revividas.
será que conseguiremos viver sem nós?
depende de ti. por mim eu falharia desta, e de todas as futuras, como caí em todas as anteriores.
e tu?
aparente
mentes
que tudo está ótimo e que passou.

... amor que ninguém entende.
te escrevi faz 3 dias e tu não me respondeu nunca mais
e eu me lembrei e lembro da vida que vivi esperando notícias tuas e morri de tanto esperar
e morri mil vezes e revivi,
morta-viva
viva-a-morta
regozijo
e faz 3 dias que quis retomar a procura por mais um retrato pb

o silencio teu, novo, mas o mesmo, já é o meu clique.
só falta revelar
mas eu já sei
conheço o ângulo, a roupa, a luz, tudo.
nada de novo, é o mesmo.

com a foto em mãos eu volto a viver mas só pra morrer depois

quantas vidas bastarão?
quando acordarei do pesadelo que é viver pra morrer por ti?

tuas promessas de encontro não são mais nada além disso.
promessas.
de.
encontro.
pesam me no coração.

chaga aberta que flameja teu nome.

... mas é claro que não a ama. tão claro quanto teu braço, teus olhos, teus cabelos.
agora é nós. somos mais. mas não estou (quase que) nem aí com isso.
infelizmente, para todos. até para nós.

queria me enredar nos teus pelos.

o caminho que não me deixou te ver sem eles me curou de não morrer um pouco também
1.200 quilômetros que nos separam.
fichinha.
antes éramos de países distintos. hemisférios também.

mudei-me mais pro sul, mas ainda no hemisfério sul.
tu, voltaste pro sudeste.

eu sempre fui mais extremista mesmo. e tu, conservador.
cuida tanto dela que ela não te larga.

vais e voltas. tudo, mas não vens.e nem respondes.
giras e não pousa.
nao re

cansado de voar?

(às vezes sonho que estás a estudar a resposta, para ser útil e que isso nos unirá ainda mais
mas isto é só mais uma viagem de olhos abertos, desperto-me, mas não adianta. sigo dormindo e vendo-te falar com quem saiba das respostas)

viajo.
não quero conhecer tua mulher
não mesmo.
primeiro porque não é tua.
depois, porque a tua eu já conheço.
bem demais.

somos nós neste mundo pouco, enredados na crença do eterno

tenho carma contigo mas quero que tudo se apresse, que os dias corram, até quando o mapa revelar.
sinto tua ausência tanto quanto um inquilino etéreo.

é só o que faço agora: mandar-te cartas imaginárias nunca antes enviadas. e nem depois.
quero destruir teu presente?
creio que já fizestes isso por mim. quando aceitaste quem não era eu.
tua felicidade tem dona. a minha, idem. mas dono.
sabemos disso faz quase 1/4 de século.
bodas de prata.
mas é um tal de lutar.
daí e daqui.

levei 10 anos pra te assumir como amor dessa vida.
alma gêmea minha que dói como o quê.
ai geme de dor e saudade.
príncipe dourado
agora sem pelos, cabelos
com amor.
não quero nada de ti...
apenas que saiba do meu "amor" (as aspas são porque tenho agora um conceito bem específico e bem diferente do que todos que conheci)
mas não te quero.
talvez queira que quisesse também a mim. ou nem isso.
um salve esporádico, uma intimidade íntima, uma resposta platônica.

não quero viver um grande amor.
já vivo e já amo. mas não juntos.
a realidade só entristece quem sente.

é bela a flor na lembrança.
quando fenece e se vai, traz a dor de quem ama...

o perfume do jasmim na memória é substituído pelo amarronzado das frágeis pétalas antes brancas.

os podres vêm à tona no olhar.

já o olhar da lembrança tem cheiro de jasmim
e cor de amor.
(a)
ela é branca, bem. e bem bonita.
mas se soltasse menos pelos seria ainda mais querida.
o amor mundano tem sempre um "mas".
condicional.
e a alma dentro do corpo, condicionada. so que sem maciez.
só durezas e senões.
senão, seria perfeito ela nevar a casa com seus pelinhos alvos.

(b)
já ele é bem bonitinho. quesito harmonia, nota 10. mesmo medindo 0,60 m.
mas esse é humano. tanto, que sua graça se perde aos poucos e aquela gracinha resulta num depósito egóico do que experimenta.
uma pena. não pelo.

(c)
se não fossem egóicos
poderia haver amor
nada de super
mas para cá já estaria bom.
demais.

(z)
a psicoterapeuta ajudou a formar o super EGO maiúsculo
mas o TUDO e TODO chega arrasando, quebrando aos poucos, retirando cada tijolinho.
apego-me a cada um desses e esperneio até ver sangue.
mas alguns já se foram e ele agora tá menos.
0,60m
homens trabalhando.
uma vida simples e na cidade.
normal pensar em lampião de gás e campo?
mas não.
é no asfalto, entre ônibus e sacolas do hortifruti

aqui no rio tem muitos.

acordar antes do sol e ir dormir como as galinhas.
elas estão vivas, só que em algum outro lugar
onde tenha lampião de gás.

(1)
voltei pra Cozinha. tento novamente. talvez concatene melhor e me encontre no meio do Caminho.
e por falar em meio, foi tudo meio bosta. mas meio bom também.
de onde vem as palavras? a bosta dita antes? e para onde vão?
antes pensava que se não as expressasse, morreria, so que não.

e os novos falam so que nao como um chiste, uma expressão.
é claro que os novos nem sabem o que é chiste.
isso é algo que ninguém mais fala.

outra coisa que está na moda são blogs... de política. que também está na moda.
pelamor.
politica está na crista da onda. que é também algo que não é mais dito.
pra lá de demodê. demodê, que né...

fiquemos por aqui.

mas por falar em crista e em onda... agora moro do lado dela, mas mesmo assim eu me lembro dela.
e a crista?
como moro no rio vou deixar pra você completar essa piada ruim.

(2)
ela vem, falou que tá vindo
a Cris e do Botafogo eu a vejo
render-se

(sequência de golpes baixos)