21 de jan. de 2007

(.)
Quem sinto, sinto como se de ouro fosse, acaso de ouro gostasse
Sinto confusa esses tempos. Perde-se sem previsão, assim
(..)
A vontade de vestir que te fez correr
Despertou o despreparo para o que nem sequer sabia que teria que saber
A novidade de frente, fria, atacante, brilhou
Os anos em segundos, dali, pra frente, sóis sem o chão
Novo solo, só.
(...)
O homem que desconheço é feito de nojo
O homem que desconheço é frio e fede. A mulher também. Que não conheço.
Porque o homem e a mulher que eu conheço são feitos de cheiro, voz, riso.
O meu homem é mão e pé de dedos curtos, timbre suave.
A minha mulher é foto dando adeus, perfume no travesseiro, saudade bruta
Entre as pessoas que eu conheço e mim há uma massa de pão sonoro, invisível, tocado. Que me faz pensar e quere-las por dentro da vida.
Cigarras falam e eu lembro dela
Doces na mesa, eu lembro dele
Barco, é dela.
Reinados são dela.
E a grama cresce abandonada
Chamam-na mato quando é assim desordenada
Seria eu chamada mato, não fosse gente
Sou a Brasília de cidades-satélites-voantes
Um dia, a ordem dos condomínios de casas grandes tenta me pegar. Mas não sou dominada assim, a ponto de só receber sol com sobrenome
A mim basta o cochilo do velho vigia da lua, que me vela
E os jardins, quero-os também de mato, mas mato de vida, aparado pelo guarda da minha noite rosa
Cinto apertado Sinto-o atado Vejo da janela do lado Coitado
Boca no couro, divide Saliva no chão, ascende
É assim que vai
Sem barco, andará um dia e uma noite Depois, afrouxa o peito e descansa.
Somente então.
O couro no lombo, o corpo no sol.
Dói as costas, as pernas: união
Se é só, reparte Torna dois Superior Inferior
Ritmo respirado, couro no vento
Partes
só, no carro, não tenho medo não. e, se tenho, quando sinto, canto, canto alto e forte, ou baixo e fraco. canto para que o medo vá com o ar quente que sai da temerosa mim. comportamento, por vezes, temerário. mas é a inconseqüência que rompe o tecido da jugular. mentira.
sempre fui caxias. mesmo morando na capital
Quando abre a porta, o dia começa assim
Àquela hora, sendo aquela a hora que for
Ainda que noite
Começa
A madeira levanta, mecânica e mágica
O sorriso que eu esperava a me esperar e que me bem-recebe entre fios dourados - refresco
Saudade da secura natal, mas acostumo com a sua umidade
Ela não importa quando se sabe o que é o certo e conhecer foi assim
Nós sobre nós, uns.
Revezaremos a vida até que nos chegue a morte
E tu: vive rio.
E a areia ao ser esfregada sofre e lamenta dizendo i
Se me esfrega numa noite úmida assim digo a
E ó para você comigo
Mas Sara vai, c´est la vie é assim
Vaiando a tua decisão, sigo os passos: tira-me de letra