24 de out. de 2007

Antes, as mulheres sempre de costas para mim. Desde que me entendo por gente.
Ajuda aqui? e era eu subindo zíperes das mulheres da minha vida. Mãe, irmã, namorada, minha primeira mulher.
Usado, ser-dedo-de-pinça que era deixado pra trás das costas fechadas que saiam andando assim que eu terminava. Agradecimento da boca pra frente, quase sem voz, sem som.
...
Mas quando eu conheci a Silvana, logo de cara, vi que daria certo. Ela gosta é de fechos laterais. E enquanto eu desço o seu zíper, eu vou olhando praqueles olhos e vejo os olhos daquela mulher na minha vida.

6 de out. de 2007

(.experiência de um eterno silêncio oco.)
Ouço ao longe a natureza de pássaros e latidos e ouço um gato caminhar sobre as pedras da rua de cima.
Perto, sinto tremer o motor e louças batendo, por mãos inexperientes.
Respiro e ouço, agora muito perto, o ar só saindo de mim pra depois voltar. E lembro da água que me envolve por vezes e em como ar, que já foi meu, dança pleno pra sair dali.
O barulho desse momento d´água é o som do oco onde tudo é ao longe. Mesmo que dentro.

E penso em como deve ter sido para ela deixar de ouvir a vida ao longe, deixar o ar sair por ir, sem volta, sem mais carros ao longe ou espumas no prato.
pirata me cativa e sabe com boca de coração e peito de aço que derruba extintores com seus ombros durão recém-saído do western em sendo do velho leste caminho seu tem suave passo intenso de paina
O jornal se acumulando sob a escada: ausência tua
.
Hoje, quando cheguei em casa, chave na porta, e não mais as duas voltas na tranca.
No vazio, resta uma. Minha única, só, ela.
Lembrei com sal da mania que me incomodava tanto.
E hoje, senti falta da tua volta.
pé útil e o seu ainda mais. foi por eles que eu atravessei o quintal quando choveu. e por eles eu cheguei do outro lado com meias secas.
por pés assim aprendem-se as danças diversas as valsas as salsas avulsas.
e eu dançando com sorte por pés quentes, nuvens de flanelas pisadas.
não tropeço só porque me pede.
Cigano pegou a guitarra que era sua. Cigarra pousada nos cabelos de Esmeralda
Ela tem uma juba que bate na cintura mas a moça só assopra: enfermeira sã.
Se toca por não querer ser mais guitarra. Sem dor. Acende um óbvio cigarro para o terminal.
Seu trem, só às 21.

Cigana é (,) rainha no departamento.
Iracema era uma pequena ela, muito miúda de tudo, com sorriso largo só.
Que batia o pé a todo contudo. Intolerância congênita às adversidades foi o que disse o doutor.
Mas era a minha companheira, irascível era ela ao me defender com seus dentes claros e unhas pintadas de escuro porque eu pedia. Depois era Iracema passando-as pelas minhas costas, forte e fraco, dependendo do momento em que estava, de ser ira, de ser minha amélia: doce de América nos lábios do meu amor.

... e dizem que quando eu passei pelo batente da casa, nem raiva sobrou. Decretou-se estado de coma em Manaus. Aí chorou. E foi só depois de sofrer por uma semana que Iracema, da janela, acenou pra dor.