27 de mai. de 2007

Tinha espetado o dedo na agulha, viu o vermelho e correu, de dedo branco, colorido, ferro prata, dói. Nota-se um tom de dó e sente ponta de dú vida: se um banco, uma caixa, um parque corre ria tanto lá... Passou por si e eram sustenidos. Som fino de batom no canto da boca melanco lia, ouve o ritmo
Os olhos seriam cores demais
Sob a lâmpada relampeja a cor da camisa. Veste clarice em força de meiguidão numa superfície de renda, tremenda, faz som com o brilhante que custa nada.
Percussora, barulho errado das duas que têm em só: relicadeza de ir que vem (leu, escondida, sobre cabelos nas mãos. Cabelos dados, seus serão?)
Grafita ao lado, pela beira, na borda do azul

(...)
E foi assim que ele se sentiu quando olhou pra cima e viu que o teto estava pintado de branco, mas a parede era verde, um verde tão seu,
uma cor da qual nunca foi fã

(...)
E a rainha tinha era pele escura, olhos escuros e nome azul,
pêlos claros e, pelas tabelas, princesinha chorou.

25 de mai. de 2007

desenvolvido um tema, roberta refaz-se em mil cortinas de gesso, entre molduras imperfeitas de cal e ela chama, quem lhe faz e refaz de dia, de noite.
herda a vida que não foge mais mas vai, sai, filha que o pai chora a saudade
refaz – roberta não. faz novo.
descoberta, acoberta as causas pelas quais tirita sob cobertas: sente frio de gente e só no quadro ado sente-se quadro refeito perfeito, escumadeirando-se sobre cavaletes de pinho renato
sorri ela e se desculpa pela falta de punho, de tato, por ter dado sua vida tão assim, de fato, pr´alguém despreparado como ela
por procuração achou, devia ser assim, cuidar-se de si, levar-se a brasília, entender-se. apraza-se. mora?
as ciganas de antes, bichos travestidos. com sono, um estado amarrado com fios de nylon dourado. entre os dentes.
A calma bate nele como bate a pedra na água do mar. Sem furo: é doce pensar que não é a onda que age. E sais são inícios de luzes no fim desse poço que parecia infindável, onde a água dá pra ser bebida.
Então ele a bota no peito, no canto da querida, assim passado assim passada assim potável.
O céu, azul garrafa, ela nela e ele nele. Querendo saber o que quer além de ver olhar enxergar de ouvir e escutar o barulho do mar. Água que anda e que cai em si ali. E pra frente, tudo possível, engolindo transeuntes em pó liquefeitos sucos de gente henrique sendo com sal, mineiro de fontes gerais.

4 de mai. de 2007

diz do tempo e diz que passou
disse da mentira e diz do que há (sem dizer)
eu digo eu falo e eu sinto
me
sozinha no meio de tudo de mim eu sinto muito

pelo despreparo dos seus olhos claros

e odeio em forma de gente em forma de pelo em pela amorfa pintada com pintas marrons
nao gosto pra que esse sim saia de mim pra sempre
e que isso dure
eternamente

pra nós, um punhado de vidro quebrado.
é isso que é.
que não volta a ser areia,
que não volta a enfeitar

mas dói quando se pisa