29 de mar. de 2007

(a)
No fundo todos nós somos sós infernais, infelizmente. Pequenos piscares apagando-se diariamente no fim dos anos. Luz.

Bilhões de anos valem um lusco-fusco de estrela.

(a´)
O som que sai da boca do homem, não entendo. Estranha é a língua e eu estranho o que diz nesse dizer sem doer, o que não é comum.
Todos de peles pintadas e claras e olhos igualmente pintados por quem os fez. Mulheres com luzes em cima e sexos apartados embaixo.
Musicados poemas milenares e eu. Olhos escuros e molhados duvidando da maldade.

Meninazinhas se rindo entre si, apontam para a simplicidade de ser.
(mãos ao lado)
Têm razão e me rio de viver me rindo de ser simples por rir de mim.

(a´´)
Os pés dele, no silêncio, mexiam nas pedras e, elas, acolhiam-no pelo barulho de pés em pedra.
O que vem por dentro é suave, mole como água. Morde e fura.
Olhando para frente, o horizonte é feito de vapor, com o som do caminho velho.

Há ´inda um resto de fim de dia. Um sentido de vida. Recém-nascida.

(a´´´)
Raivaidade
Imaturidade
Muda impostor
A dor que sente entre músculos de sentir
.mim.núsculo.
Sua dor não
é compota

mas não cabe em si

28 de mar. de 2007

-a-
Cheguei. Ensinou a ser azulada entre o jardim de flores amarelas.
Conheço-te tanto, há tempos.
Foi.
O ar sente o som da risada alta, como (h)eras
A falta é o que restou da ida – repente
Um galho fraco, bipartido, língua ferina

Eles perdem mas ganham: espaço
Para serem sós
Estréia da vida sem ti muito nós.

-b-
Um dia lindo, mas sem o sal que se precisa.
Vida de pressão baixa. Falta a dose.
Glicose.
Que coisa.
A mente sempre engana ... dúvidas normais de quando a paz bate.
(1)
Hoje amanhã seu um dia lindo
Mais tarde a noite nossa.
(No churrascO)
Desses azulejos sinto a sábia se mexer entre as folhas. Leio um livro infinito que conta de todas as vidas.
Mal passado?
Prefiro um bom futuro.