13 de nov. de 2006

Uma cachoeira de olhos inchados. É sono.
Mas não. É falta de você na minha vida.
Fico acordada desde o dia em que você arrumou as suas malas. Sem pedir ajuda minha.
Deve ter ficado uma coisa, como sempre ficam suas coisas sem as minhas mãos.
Mas desde aquele dia, meus dedos estão pelo caminho, uma unha aqui, falange, falangeta, falanginha.
Era como você me chamava.
Só caí em mim, quando quebrei a cara e a asa.
Depois quebrei tudo, o espelho, a casa. Sete outros anos de azar, esses sem ti, minha sorte.
Sorte sua poder estar longe, de malas em punho, uma vez mais, quando as coisas voarem pelos ares.
Queria era você voltando. Diz, mas precisa ir tão longe? Algo como nunca mais voltar?
Era só dizer até logo, acho que eu entenderia.
(8)
Mas e a menina que vivia por aqui?
- Viajou.
Foi pra perto dele, no nunca mais.
E volta não.
No lugar semeou-se uma outra, rosa lisa.
Margarideci-me, roseei-te. Flores cemos nós. E somos.
Ignorantemente plurais.

Um comentário:

katia disse...

tem uma frase de uma amiga minha que fala assim
"sempre brinquei de dizer adeus para todo tchau,hoje,gostaria de ter brincado menos".
bom dia amada!!!