21 de nov. de 2006

(1)

Às seis e cinqüenta da véspera, eu festejo os mortos do dia seguinte, reflito aflita sobre o pensar e penso penso e peso o peso, o peso.
Na feira comprei gramas de coisas por quilo.
Bom ser uma só, ainda que de cabeça confusa e sem ela.

Recepção, com sutileza: eu soube, eu sei.
Sentir transbordando aromático em seus olhos sorrisos
Sem toques, mas com eles, come-se.
Eu ré torno e o seu, em seguida, me fez crer em algo mais com a certeza de desejo
: pensou.
E seus olhos são de céu. E só rir deita o branco, por entre vales.
Uns pequenos, outro largo.
Conheci-te de lã ao pescoço
Inesquecível querer um
: inventor da leveza de horas
Palafitas do suave viver vívida
Em um quarto de dia quero vê-lo reagir em um quarto de vida.
: azul e amarelo sempre casaram para mim
Depois do dia meu, dia seguinte, giganteei. Tarde chegou e eu também.
: notei o bem-que-me-quis, bem-que-me-viste, ainda que despiste.

Refletido em espelhos, senti momentâneo pavor por não te ter na realidade. Uma mágica de uma eu barbada de ilusão.
Da cartola, arranquei a imagem e coube ao atrasado no passo, braços atados
: mãos frias de mulher.
Em ritmo de recém-existido o chão tremeu por tabela
Porque era eu, porque era ela.

Arranhaunhei-te por cordas e luvas.
Vestido como escuro que nos servia, dados em mãos joga das ao ar
E a água que vertia da foz da saudade sentida
Dentro dos seguros acolheram-se
: queria te nu m o utra paisagem, na qual revelaria fotos e lâmpadas avermelh a ri am me as unhas brancas de ator

Não sabia mos onde pôr, as mãos.
Troco-as por palavras e as jogo (com l ares) pelos chãos
: em baralho me em ti e sigo em esquecer-lembrar de tempo

(2)

Respiro-me
Repito que não farei
Lá, eu, ho´mando vez mais
Armando e seus gestos de plástico, seu riso de metal
Por que se aparelhou depois dos vinte?
Devia ter deixado a tortice rimar com seu andar
Retorno no dia seguinte, pós-jura, ao 12º, toco-te e deixo um pouco de mim e de água num copo.
Expulso-o e parto: novo ser ressurge do lodo
Lótus-mim no centro da idade.

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