27 de abr. de 2006

ouviu o segredo dos sinais. conheceu a verdade da vida. soube da formação dos passarinhos. a verdade, nada mais. um homem que atravessou a rua, por cima das faixas de cobre. um anel nas mãos de quem já se foi há muitos. e as unhas roxas no caixão. o macilento. o mais rápido, de vermelho. flecha, enfim.
no começo, da verdade, sentiu o véu sumir. ficou nu. como sempre se fica. e sentiu as pontadas das letras. correntes que embaçam a visão do z. a letra última. mas começou novamente. novidade. pensa-mente. olhou para o lado, um pouco abaixo e viu os pequenos com cara de quem não sabem de nada, porque não sabem, dando risada da cara que ele mesmo estava. uma cara de quem não sabe nada. por que não sabe? por ser. o grão demora um tempo para ficar bom, duro, na maciez exata que é necessária por assim ser. é. e, como uma semente gigante, ficou bom, macio, na dureza exata do pedido. e foi ao olhar para cima, para o v que se formava no céu, feito de pequenos sábios de uma natureza que nasceu muito mais forte do que qualquer folha amarelada, que viu. e lembrou-se de todas as vezes que foi cego. pode sentir como é importante. tudo. o cobre, o linho, a flecha. as letras.

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