21 de abr. de 2006

e assim foi. acordou, despediu, morreu. às treze, na onze de agosto, aos quarenta e sete. uma flecha que passou no meu ouvido, ele não viu, pegou. depois foi a polícia jogando baldes d´água e as ondas vermelhas como o mar, no chão de pedras pretas.
foi fácil, o barulho, o caminho viscoso que a água apagou.
então isolaram o local e as notícias do dia cobriram o rosto branco do alguém. devia ser extraordinário. eu não, regular. fiquei. a vida voltou a andar, depois daqueles cinco minutos sem. seu presente foi a tela e o cheiro forte de ferrugem que deixou no ar.ao sentir que tinha ido, ajoelhei-me aos pés da sé e chorei. pedi que a vida fosse menos frágil do que sessenta segundos. acordei, cumprimentei e vivi.

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