15 de abr. de 2006

ela. abraços por gritos. queria poder errar aos seus olhos. quando foi que mesmo sem culpa me senti assim pela primeira vez?

na sala, pessoas. falando falando. eu, só. ouvindo a alma minha. sozinha. dentro, fervilha. estação. pessoas e sangue fazendo baldeação. decolou junto com a cabeça, mas os pensamentos não encontraram porto, porta, e fixaram-se no papel branco com bordas azuis e linhas. muitas linhas. varais do passado.
do mesmo cinza das luvas que uso para combinar com o céu.
quero sustança.
tiro as luvas e pergunto: será que ao passar derramo tintas? como posso cobrar se não pago? com luvas vestidas me sinto boa, quente, hipócrita.
quando se come, é de bom tom, despir as luvas.
a luz do frio faz enxergar melhor e eu, pronto, volto a vesti-las.

vou embora desse lugar cinza repleto de pessoas de preto que não enxergam outras cores e é agora. cores lindas demais que sinto como se minhas fossem, tão minhas, incrustadas nos meus olhos pretos – a soma.

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