ela. abraços por gritos. queria poder errar aos seus olhos. quando foi que mesmo sem culpa me senti assim pela primeira vez?
na sala, pessoas. falando falando. eu, só. ouvindo a alma minha. sozinha. dentro, fervilha. estação. pessoas e sangue fazendo baldeação. decolou junto com a cabeça, mas os pensamentos não encontraram porto, porta, e fixaram-se no papel branco com bordas azuis e linhas. muitas linhas. varais do passado.
do mesmo cinza das luvas que uso para combinar com o céu.
quero sustança.
tiro as luvas e pergunto: será que ao passar derramo tintas? como posso cobrar se não pago? com luvas vestidas me sinto boa, quente, hipócrita.
quando se come, é de bom tom, despir as luvas.
a luz do frio faz enxergar melhor e eu, pronto, volto a vesti-las.
vou embora desse lugar cinza repleto de pessoas de preto que não enxergam outras cores e é agora. cores lindas demais que sinto como se minhas fossem, tão minhas, incrustadas nos meus olhos pretos – a soma.
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